Orquídeas Garden

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Não sabia como descrever o que pretendia com este blog. Contudo, com a simplicidade das suas palavras, alguém o conseguiu: «Ninguém é obrigado a partilhar sentimentos... pensamentos, emoções... chamar a atenção para a vida, para o que é importante ou não... nem tem de nos orientar, ou tentar mostrar-nos outras perspectivas da vida... Mas há quem fale de si e dos seus sentimentos... e das suas perspectivas da vida... Então aproveite quem quiser...»(O Último Padrinho)

Existência de "Nada"


Em pequenos, muitas vezes, surgem-nos questões para as quais é difícil obter resposta.
Uma dessas questões, acredito que comum a todos nós e que mais cedo ou mais tarde acaba por nos assaltar é:
- Como é que a Terra surgiu? E o Universo?
Estas questões são comuns a toda a Humanidade. Todos nos sentimos intrigados por elas. De uma forma ou de outra todos procuramos obter respostas para as mesmas.
No decorrer do tempo muitas foram as respostas encontradas e já muito se especulou acerca do assunto. Desde atribuir a criação do Universo a Deus até à teoria do Big Bang muitas são as respostas feitas e teorias a que podemos recorrer para satisfazer a nossa curiosidade. Tudo depende das crenças de cada um.
Mas, já alguma vez esperimentaram abster-se de tudo o que aprenderam sobre do assunto? Procurando em seguida uma resposta própria, ou seja, já alguma vez tentaram encontrar uma resposta vossa?
Há uns dias, ou melhor, há umas noites, estando sem sono, sem companhia e sem nada que fazer, uma vez que não estava a dar nada de interessante na televisão e estava sem paciência para leituras; voltei a questionar-me sobre o princípio do Universo e consequentemente da Terra.
Então fechei os olhos e experimentei imaginar o "nada", isto é, o "vazio absoluto", que supostamente existiria antes do Universo.
Antes de mais, cheguei à conclusão que o Universo não foi a primeira coisa a existir, foi, pelo menos, a segunda. Uma vez que, antes, existia o "vazio absoluto". Podendo não ser uma existência concreta, palpável, é uma existência abstracta.
Depois deparei-me com a questão da existência de "nada".
Como é "nada"? Como sabemos que existe "nada"? Como definimos "nada"?
Tentei imaginar a existência de "nada".
Primeiro imaginei um "vazio" branco. Mas, só pelo facto de ser branco, já é alguma coisa - é branco - logo, não pode ser "nada".
Tentei imaginar "nada" de forma diferente. Imaginei "nada" preto. Mas, uma vez mais, só pelo facto de ser preto já não pode ser "nada", porque é preto.
Assim sendo, "nada" só pode existir de uma forma abstracta - "nada abstracto"- e não de uma forma concreta. Uma vez que, o "nada concreto" acaba por ser sempre alguma coisa, ainda que não palpável.
Depois surgiu mais uma questão. Para o Universo surgir, siginifica que o "nada abstracto" era mutável, ou seja, sujeito a uma evolução. Se assim não fosse o Universo e o Mundo ainda hoje não existiam.
Sendo o "nada abstracto" mutável, podemos considerá-lo como um organismo vivo que, segundo regras próprias, evolui. Assim sendo, não podemos dizer que o "nada abstracto" foi a primeira coisa a existir, pois não sabemos se é ou não o resultado da evolução de uma outra existência abstracta ou não.
O Universo é o resultado de uma evolução, que se mantem. Todos os dias "morrem" e "nascem" coisas. Querendo ou não, estamos incluídos nessa evolução. Foi ela que nos trouxe até aqui.
Contudo, não sabemos onde nos vai levar. Não sabemos se estamos numa evolução regressiva ou progressiva, apenas sabemos que fazemos parte de um ciclo. Fazemos parte de um organismo que está vivo há milhões e milhões de anos sem data para morrer (será?!).

Uma questão de "Clic"


Recentemente numa conversa, com um médico amigo, sobre o facto de, Eu, aos 22 anos não ter namorado e sobre os factos que a isso conduzem fui confrontada com a questão do "clic".
Citando o médico:
-"Não é normal que uma boneca como tu aos 22 anos não tenha namorado. Ainda mais quando divides o teu tempo por Abrantes e Coimbra, já não falando nos amigos que tens espalhados por outros lugares. Ou anda tudo cego ou algo se passa?! Não que seja uma anormalidade... simplesmente acho estranho."
Será assim tão estranho eu aos 22 anos não ter namorado?
É estranho por ter 22 anos?
Por morar parte do tempo em Coimbra?
Por ser universitária?
Sinceramente não vejo nada de estranho em não ter namorado. Já tive. Agora não tenho. No futuro quem sabe?!
Argumentei com o médico que "tenho o meu curso, os meus amigos e a minha vida para viver. Faço por ser feliz todos os dias. Há dias que consigo, há outros que não consigo, paciência a vida é mesmo assim. Mas, quero aproveitar tudo o que a vida tem para me dar. Viver cada segundo, não como se fosse o último, mas saboreando cada instante, memorizando cada cheiro, cada sabor, cada toque, cada som. Aprendendo a tirar partido da virtude de estar viva sem saber até quando."
Ingenuamente achei que o assunto terminára ali. Contudo, não terminou...
-"Tudo bem que tens o teu curso e que vives a tua vida e que te divirtes com os amigos. Acredito que deves ter as tuas aventuras e que por isso não sentes falta de um namorado. Mas, tudo isso só é assim porque ainda não sentiste o "clic". Ou, talvez já o tenhas sentido mas, ainda não tenhas tido oportunidade de o realizar na sua totalidade. Quando sentires vontade de seres inteiramente de outro alguém, de dares a alma, o coração, o corpo... Quando sentires um frio na barriga, as pernas a tremer, uma vontade incontrolável de estar com essa pessoa, de fazer dele um confidente a quem possas mostrar-te tal qual como és sem medo de reprovações e com quem possas contar para te apoiar tanto nas coisas boas como nas coisas más... tenho a certeza que vais alterar as tuas prioridades e que todos os dias vais fazer por fazer alguém feliz. Porque, se essa pessoa for feliz, tu também o serás."
O assunto terminou por aqui. Não porque não existissem mais palavras mas, porque as palavras seguintes seriam demasiado valiosas, até mesmo sagradas, para serem usadas em vão. Por isso mesmo, também aqui, o assunto termina da mesma forma, com o meu silêncio murmurante.

:(